A história da Páscoa; reconstruindo a ponte - um chamado à unidade.

 

Por que a Páscoa cristã não coincide com a Páscoa judaica?

 

Calendários: mais do que organização.

 

Os calendários não servem apenas para marcar datas.

Eles também definem a identidade de um povo, pois registram sua história.

O calendário judaico, por exemplo, existe há milhares de anos e está profundamente ligado à fé e à cultura do povo judeu.

 

A Páscoa: um marco histórico e religioso.

 

A Páscoa é uma das festas mais importantes do judaísmo.

Comemora a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. 

No calendário judaico, a Páscoa acontece no mês de Nisan, o primeiro mês do ano religioso.

 

Cristãos e judeus: calendários diferentes, histórias entrelaçadas.

 

Os cristãos também celebram a Páscoa, mas em um dia diferente do calendário judaico.

Isso levanta a questão: por que os cristãos não seguem o calendário judaico para celebrar a Páscoa?

 

Um Concílio e uma mudança histórica.

 

No ano 325 d.C., o Concílio de Nicéia, uma reunião de líderes da Igreja, decidiu que a Páscoa cristã seria celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera.

Essa decisão distanciou a Páscoa cristã da data original judaica.

 

Motivos para a mudança: unificação e separação.

 

A mudança de data pode ter sido motivada pelo desejo de unificar as diferentes comunidades cristãs.

No entanto, também contribuiu para a separação entre cristãos e judeus.

 

O desejo de Jesus: unidade entre seus seguidores.

 

Em sua última oração, Jesus expressou o desejo de que seus seguidores fossem um só.

A divisão entre cristãos e judeus vai contra esse desejo.

Devemos buscar superar a divisão entre as comunidades judaica e cristã.

Essa busca pela unidade é essencial para cumprir o desejo de Jesus 

e para que o mundo creia em sua mensagem.

Que passos podemos tomar para construir pontes entre as comunidades judaica e cristã? 

Como podemos celebrar a Páscoa de uma forma que reconheça nossa história e fé comuns?


A Páscoa como a conhecemos é uma celebração bastante recente.

Ela surgiu em 1582 com a introdução do calendário gregoriano pelo Papa Gregório XIII.

O calendário gregoriano foi criado para corrigir imprecisões do calendário juliano, que afetavam a data da Páscoa.

 

A Páscoa gregoriana é celebrada pela maioria dos cristãos no mundo, com exceção de algumas igrejas ortodoxas.

 

Já a Páscoa judaica foi instituída no ano 1313 a.C., de acordo com a tradição judaica.

Essa data coincide com o Êxodo, evento que a Páscoa comemora.

A primeira menção à Páscoa na Bíblia está no livro de Êxodo, capítulo 12, onde Deus instrui Moisés a ordenar que os israelitas celebrem a Páscoa como um memorial à sua libertação da escravidão no Egito.

 

Muito embora haja um sincretismo religioso da Páscoa cristã com o paganismo e a deusa Oster, 

há uma questão muito curiosa sobre este tema que aconteceu na primeira Páscoa.

 

Na época do Êxodo, os egípcios tinham o costume de decorar os umbrais das portas com diversos elementos, cada um com um significado específico:

Amuletos: Figuras de deuses, animais e símbolos eram frequentemente usadas para afastar espíritos malignos e proteger a casa de maldições. 

Alguns amuletos populares eram o escaravelho, o olho de Hórus, a cruz ansata e a estátua de Bes.

Hieróglifos: Símbolos e frases com significado positivo eram escritos nos umbrais para atrair boa sorte, saúde e prosperidade. Frases como "vida, prosperidade e saúde" e "proteção contra os inimigos" eram comuns.

 

Deus ressignificou o paganismo com o sangue do cordeiro e os judeus usam a Mezuzá nos marcos das portas, como continuação deste costume aprendido no Egito.

Saber contextualizar é importante pra não demonizar a vida comum e a cultura geral.

Não joguem fora a água e o bebê juntos.

 

Qual Páscoa é a certa então, a cristã ou a judaica?

As duas!

Desde que seu coração esteja no Senhor e não no consumismo.

Desde que você entenda que um libertador profetiza sobre o Salvador que profetiza ressurreição sobre nós.

Desde que você santifique os simbolismos e escolha sabiamente o que cabe e o que não cabe na sua vida.

Há um ponto de unidade entre as duas, podemos celebrar isso.

O Deus que nos liberta é o mesmo que nos salva.

 

Feliz Páscoa!





Comentários

  1. Muito bom esses artigo sobre a Páscoa!
    Tenho estudado o movimento relativo do sol, como professor de Física e Mestre em Ensino de Astronomia, e para minha agradável surpresa vi nesse movimento aparente do sol, o calendário judaico e a beleza encontrada na proporção áurea da figura do analema, que por sinal é reveladora sobre a Páscoa e a crucificação de Jesus há mais de 2000 anos atrás!

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    1. Obrigada por conferir o texto!
      Vou adorar saber mais sobre o assunto! Deus abençoe.

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